terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Mosaico urbano


O movimento da cidade segue, todos passam apressados de maneira que nem reparam a continuidade das ruas assimétricas. Talvez, lá do alto, os anjos vejam um grande mosaico mudando suas formas constantemente; uma brincadeira de arquitetura em meio à natureza, engolindo-a e respeitando suas quedas.
Enquanto aqui quem da o tempo não é deus, sim o patrão, quem indica as direções são as ruas, Todos cegam e caem em curvas inconscientes, evitam o escuro, e quando o homem lá de cima falta com a luz, é que o espetáculo se intensifica, ligam-se as luzes adequadas, iluminando apenas o que se considera iluminável.
Tudo sugere evolução: os prédios cada vez mais altos, mais perto dos anjos, e ainda assim aceitando as desníveis do terreno nas intervenções de túneis e pontes, subidas e decidas; é a imaginação, a mágica do homem mostrando o que aprenderam com o criador - A arte de um Deus fora de controle.
E, os anjos, lá por cima, seguem acompanhando nosso grande espetáculo de luzes e cores, formas e reformas, e embora não percebamos nossa arte cotidiana, não deixamos o show acabar com a incessante mania mudar.

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