sexta-feira, 31 de julho de 2009

Guerra de jambolão

Todo dia passa moleque correndo ai, de um lado pro outro, gritando, pulando, gingando, sempre com jambolão na mão. E tem sempre uns jogados no chão.
O meu mais novo passou aqui na frente subindo com monte de jambolão na mão, eu gritei para ele voltar, mas o moleque que corria atrás dele me jogou um jambolão e o veado do Dudu nem para se virar e grudar um jambolão na testa do filho da puta que me tentou me acertar, eu me abaixei e o jambolão pegou na parede atrás de mim, ficou a marca lá, ate ai tudo bem, só que quando me levantei e espiei de mansinho pela janela, vi meu Dudu no chão com uma marca de jambolão nas costas.
É bem isso, todo dia essa molecada correndo, e quem passa tem que dar um jeito de escapar, tem que correr, gingar, se esconder, ou então não pode sair de casa mesmo, e ainda assim, volta e meia um jambolão entra perdido pela janela e pega alguém. Aqui em casa, tem marca de jambolão por tudo, nas paredes, no muro da frente, nas portas, nas janelas. Só que os homem não ta nem ai pro Jambolão. Eu já falei que tem que cortar aquele pé no alto do morro, esses monte jambolão ta vindo de lá, alguém tem que dar fim nesse tal de Jambolão, tem que derrubar mesmo. Eu sempre disse pros meus meninos ficarem longe desse Jambolão, mas não adianta, ta vendo o meu mais novo, é a terceira camisa que eu perco e não posso fazer nada, mancha de jambolão não tem volta. Basta uma só.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

AMAR


Jamais fingi ser o que não sou, exceto nas noites em que busquei um novo amor. Inventei alguns personagens, alguns lugares e, até encenei algumas lagrimas.
Admito total culpa depois de acordar com meus pés entrelaçados aos deles. Antes de sair, a verdade jamais me permitiu um beijo de despedida.
Fiz a vida rubra e evitei os entardeceres que se apressavam a chegar. Rasguei a unha a seda flor de luxo que cobria os corpos de meus amados, mas coube meus lençóis guardar e misturar os cheiros dos tantos que amei.
Nunca me arrependi dos amores que inventei, nem mesmo quando me deitei só, com o corpo febril e sem nenhum de meus amados. Na verdade finjo não saber da condiçao soro positivo que me acompanha, mas eu jamais fingi ser o que não sou.