quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Versinhos no círculo do circo

Agora, compro sapatos e corto o cabelo, me adapto; tenho uma só gravata e dou espaço à uma nova geração errante... sempre estive sistematizado no centro do círculo de um circo.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Harmonia de imortalidade

Veja bem, para teu deus não rezo,
rezo à minhas deusas.
Para teu deus te ajoelhas,
minhas deusas se ajoelham para mim,

és finito e mortal....

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Toada batida para ouro





Depois de encheres a barriga, tomas qualquer veneno a fim de eliminar o peso de lembrares dos famintos. Prezas demais teu ouro para te deixares distrair, e na tentativa de escondê-lo, o transforma em pó. Às vezes, inalas o que não deve; esqueces de trancar teu altar. Então, te ofereço minha carruagem a dobrar na próxima esquina de um mundo, que sei, preferes não entrar: - Ouça os chamados da taberna, te deixarei, ali, perto. E não te preocupes em voltar aos teus lençóis limpos, pois, lá, estarão os famintos a devorar teus ouros.

sábado, 17 de abril de 2010

Oferenda cantada às ovas

São oferendas para iemanja, teus olhos, alimento de bagres. Sem eles, amanhã, terás sorte nas correntes que prendem o céu e a terra, por elas serás tocado e, tenha atenção, cupido sem olhos, cairás em desatino no caminho de casa, mas não, não volte, ame-a como um anjo subindo ao corte de asas que depois virá para tocar fogo de cordel, no inferno caindo não serás o mesmo no que decido, pois fostes fustigado de um céu; moça ou donzela me serás fiel, terás meu véu jogado aos teus e cairá em mim, decida um pouco mais que um estranho amor... Sem rigor ganharás flores, por elas terem raízes não representarão o que em nosso peito bate à brasa; consumaremos nosso ferrenho tesão nas veias do chão como raízes que não dormem.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Canto das Ribeirinhas da Cataluña

Esse canto, primeiro de 2010, eu dedico ao um amigo que carrega seu core apaixonado pela Europa. Alan Prestes, ou Macaco Volátil, essa é pra ti.



Mulheres como ela não podem ficar sem flores; são mulheres que te tiram a dor, o sono, a fome. Mulheres como ela merecem adornos, são mulheres de ardores, sem medo ou rancores. E, quando vistas de longe provocam amores; ao chegarem perto, te tomam em total controle. São belezas que se vão e não voltam, ainda que fiquem. São paixões para um verão, um inverno, ou uma noite. São canções nos roseirais, ou mais, bem mais – merecem rosas, petúnias e violetas, oh! vitória regia; são margaridas; ou mais, bem mais – merecem o amor de quem não se rende jamais, nem mesmo diante a fome, ou mais, bem mais. São mulheres de arrojo, são sertões, mas não desertos. São terras de guerra e de paz. Mulheres como ela carregam o mar, são mulheres de fino trato, são segredos de cetim, uvas vindas de Rieti, região do Lácio, ou mais, são mulheres como ela, criaturas que Deus faz... E sem ela meu jardim se esvai, porque ela, assim como as mulheres como ela, merece mais; ou mais, bem mais. Vejam, meus lírios, minhas flores são para ela, são por ela devoção em amor, ou em paixão; ou mais, bem mais.