sexta-feira, 30 de abril de 2010

Harmonia de imortalidade

Veja bem, para teu deus não rezo,
rezo à minhas deusas.
Para teu deus te ajoelhas,
minhas deusas se ajoelham para mim,

és finito e mortal....

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Toada batida para ouro





Depois de encheres a barriga, tomas qualquer veneno a fim de eliminar o peso de lembrares dos famintos. Prezas demais teu ouro para te deixares distrair, e na tentativa de escondê-lo, o transforma em pó. Às vezes, inalas o que não deve; esqueces de trancar teu altar. Então, te ofereço minha carruagem a dobrar na próxima esquina de um mundo, que sei, preferes não entrar: - Ouça os chamados da taberna, te deixarei, ali, perto. E não te preocupes em voltar aos teus lençóis limpos, pois, lá, estarão os famintos a devorar teus ouros.

sábado, 17 de abril de 2010

Oferenda cantada às ovas

São oferendas para iemanja, teus olhos, alimento de bagres. Sem eles, amanhã, terás sorte nas correntes que prendem o céu e a terra, por elas serás tocado e, tenha atenção, cupido sem olhos, cairás em desatino no caminho de casa, mas não, não volte, ame-a como um anjo subindo ao corte de asas que depois virá para tocar fogo de cordel, no inferno caindo não serás o mesmo no que decido, pois fostes fustigado de um céu; moça ou donzela me serás fiel, terás meu véu jogado aos teus e cairá em mim, decida um pouco mais que um estranho amor... Sem rigor ganharás flores, por elas terem raízes não representarão o que em nosso peito bate à brasa; consumaremos nosso ferrenho tesão nas veias do chão como raízes que não dormem.